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Muitas mãos tornam a área da saúde mais eficiente

Lack of health profissionals has big toll on health systems in Africa. Mercedes Sayagues/PlusNews

O mundo está a sofrer um déficit de mais de 4 milhões de funcionários na área da saúde, mas uma nova proposta pode aliviar essa escassez e trazer novos personagens ao sistema, especialmente na África.

Um artigo na edição de 13 de Dezembro do New England Journal of Medicine, intitulado “Rápida Expansão da Mão-de-Obra na Área da Saúde em Resposta à Epidemia de HIV” apresenta o plano de ação da Organização Mundial da Saúde (OMS) para combater esse déficit e revolucionar o modo com que se pensa sobre a área da saúde.

O plano, chamado “Tratar, Formar e Manter”, tem como objetivo tratar e prevenir o HIV entre os funcionários da saúde, formar iniciantes para facilitar o “revezamento de tarefas”, e manter os funcionários já existentes.

Em Moçambique, a situação é crítica. Num país com seroprevalência de 16,2 por cento na população adulta, a proporção é de um médico para cada 30.800 pessoas e um enfermeiro para cada 4.300. Dados da OMS recomendam um médico para cada grupo de cinco a dez mil pessoas.

“O déficit de pessoal preparado é grande em todas as áreas, mas na saúde é gritante,” disse Josué Lima, director do escritório nacional do Centro Internacional para Programas de Cuidados e Tratamento da Sida da Universidade de Colúmbia, nos EUA.

Em Angola não é diferente. Um relatório de 2006 da organização internacional Médicos Sem Fronteiras apontou que Angola tem 1.165 médicos e 18.485 enfermeiros para uma população de mais de 15 milhões.

Na Suazilândia, um relatório de 2006 da OMS registrou que o setor de saúde pública foi prejudicado pela falta de funcionários: 44 por cento dos postos destinados a médicos, 19 por cento dos destinados a enfermeiras e 17 por cento daqueles destinados a auxiliares de enfermagem estão vagos.

Os autores argumentam que o segundo objetivo do plano – formação – consiste no maior desafio para expandir a mão-de-obra na área da saúde, enquanto em relação ao revezamento de tarefas, funções tais como administração de tratamentos são alocadas a funcionários menos especializados.

Nos últimos anos, enfermeiras norte-americanas e australianas têm progressivamente assumido intervenções médicas previamente realizadas por médicos, e há estudos que indicam melhora na qualidade de serviço e redução nos custos.

Funcionários clínicos e auxiliares médicos são essenciais para administrar o tratamento de HIV em Moçambique, Quênia, Etiópia e Malaui. A Zâmbia parece estar no mesmo caminho.

O novo modelo da área da saúde pela OMS transcende a classe médica, como enfermeiros e médicos, para incluir também as comunidades. Essa abordagem já é praticada em países como Moçambique, África do Sul, Zâmbia, Lesoto e Índia.

No entanto, os autores advertem que a mudança para se obter um serviço de saúde inovador precisará ser acompanhada por uma mudança de pensamento, e que os novos sistemas não representam uma solução imediata: formação e sistemas de credenciamento deverão ser desenvolvidos, assim como protocolos padronizados, incluindo prescrição simplificada de medicamentos.

Adotar esses novos modelos envolverá compromisso político e financeiro dos governos, doadores e organizações internacionais.

As coordenadas para “Tratar, Formar e Manter” serão lançadas na primeira conferência global sobre revezamento de tarefas, a ser realizada em Addis Ababa, na Etiópia, em meados de Janeiro de 2008.


This article was produced by IRIN News while it was part of the United Nations Office for the Coordination of Humanitarian Affairs. Please send queries on copyright or liability to the UN. For more information: https://shop.un.org/rights-permissions

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